O Grupo propõe discutir obras que contribuam para a formação humana dos participantes; intervenção junto à categoria; proposições para a defesa de uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade. Construindo assim, uma intervenção qualificada na escola pública.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

CARTA DE APOIO À GREVE DOS PROFESSORES MUNICIPAIS

Professores/as,

Mais uma entidade, LABELU/UEFS,  vem a público manifestar o seu apoio ao nosso Movimento, que a cada dia vem ganhando adesão de mais companheiros e o apoio da sociedade feirense.


Vamos dá um basta a esta política de desvalorização e precarização dos professores de Feira de Santana, que há 10 anos era considerado um dos salários mais bem pagos do Brasil, mas que hoje vive a realidade de ter como salário inicial,  um valor vergonhoso, de R$ 537,00. Chega de desvalorização!


Vamos às ruas mostrar a nossa força! Plano de Carreira e Piso Salarial Nacional, Já!    



CARTA DE APOIO À GREVE DOS PROFESSORES MUNICIPAIS

Feira de Santana, 18 de maio de 2010

            Professores do município de Feira de Santana em greve! Não é de hoje que vemos essa frase impressa nos jornais, ou ouvimos no rádio e TV. Nos anos 1980, por exemplo, a cidade fervilhava de manifestações de trabalhadores, que reivindicavam não apenas melhorias para sua própria categoria mas que, ao mesmo tempo, buscavam construir uma saída para os “anos de chumbo” da ditadura na qual eles próprios tivessem participação direta. E lá estavam os professores municipais (sim, os professores são trabalhadores!) fazendo greves e participando dessa construção coletiva, ao mesmo tempo em que lutavam pela aprovação de um novo estatuto municipal do magistério através do qual pretendiam assegurar legalmente direitos inerentes à carreira docente e dar segurança jurídica à profissão de professor.
            O recurso à greve por parte dos docentes passou a ser mais freqüente à medida que se agravava o processo de deterioração da dignidade profissional no magistério e, com ela, da qualidade da educação pública. São faces da mesma moeda. Os mais velhos lembrarão do tempo em que, em sua maioria, as escolas privadas eram vistas como “pagou-passou” e os professores viam o magistério em instituições públicas como um patamar elevado na carreira. Ainda são comuns os relatos de ex-alunos orgulhosos de suas escolas públicas e reconhecidos a seus antigos professores. Nem se passaram tantos anos assim e chegamos à triste realidade que temos hoje: uma escola pública que fracassa em seus objetivos e uma carreira docente degradada. Aos salários baixos se junta a desvalorização da formação (o executivo municipal dá-se ao luxo de negar, sem sequer apresentar justificativa, licença para que seus professores se aprimorem em cursos de pós-graduação) e até a substituição, em larga escala e por longos períodos, de professores licenciados por estagiários que ainda não completaram sua formação.
            Greves são instrumentos ainda válidos de luta? Assim como hoje, no passado os professores tiveram suas reivindicações negadas, portas fechadas para as negociações, mas também tiveram o apoio de uma parte da população, sobretudo de outros trabalhadores. Greve é um meio de luta utilizado pelos trabalhadores há muito tempo e o apoio da sociedade varia historicamente. Diante de trabalhadores em greve as posições se definem, muitas máscaras caem, os muros balançam e ameaçam a posição dos neutros, dos indiferentes.
            Pelo que lutam os professores hoje? Pelo que sempre lutaram: por salários, pela dignidade profissional violentada ao longo desses anos em que o poder público dedicou-se com afinco à inglória tarefa de agredir a escola pública e o direito de todos à educação. Bebedouros e lousas digitais são úteis, mas não substituem o professor. Como gostava de dizer o professor José Coutinho Estrella, comentando as reformas dos prédios festejadas pelos governos como se fossem grandes feitos pela educação: “paredes não dão aulas”. O professor Estrella proferiu essas palavras dias antes de falecer, durante a greve dos docentes universitários no ano 2000. Aquela greve, como esta, revela a posição de cada um quando se trata de defender a escola pública.
            A greve extrapola os limites dados pelos muros das escolas e traz para o dia-a-dia da cidade problemas enfrentados na difícil tarefa de educar e ser educado. Lugar de professor também é na rua, na Prefeitura, na Câmara, nos jornais, mostrando que a própria greve é um instrumento educativo. Os professores da cidade de Feira de Santana saíram de suas salas para ensinar também a nós (e, claro, ao poder público municipal) o que é educação.

LABELU (Laboratório de História e Memória da Esquerda e das Lutas Sociais) - UEFS




GRANDE ATO PELA VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO!!!
DATA: 24/05
HORÁRIO: 08h
CONCENTRAÇÃO: EM FRENTE AO PAÇO MUNICIPAL (CRUZAMENTO DA SENHOR DOS PASSOS COM A GETÚLIO VARGAS) 


JUNTOS SOMOS FORTES!!!
"É preciso lutar... é possível vencer".
       GEED (Grupo de Estudos Educação em Debate)



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