Placar cultural:2 de julho X Copa do Mundo
Entendendo a cultura como uma produção material e simbólica, na qual determinada sociedade pode demonstrar seus significados e significantes, verificamos o quanto foi difícil ver em 2010 os festejos do 2 de julho, ceder espaço para a Copa do Mundo e assim tornar seu legado cultural de independência na Bahia um cenário inexpressivo e esvaziado.
Deste modo, a comemoração do 2 de julho onde costuma-se demonstrar nas ruas o espírito cidadão em não só relembrar o percurso feito pelas tropas baianas na defesa do território contras os portugueses, mas também denunciar e chamar atenção da sociedade para a necessidade de acabar com todas as forma de exclusão social, venha perdendo força e cedendo o espaço para a Copa do Mundo, campanha eleitoreira, entre outras políticas excludentes. Assim, o cortejo sofreu prejuízos com excesso de vitrine política dos parlamentares que se fizeram presentes nas comemorações, bem como pela escassa representação da sociedade civil e a respectiva carência de cavaletes de reivindicações, indignações políticas, sociais e econômicas. Talvez o momento em que estejamos vivendo seja de um mundo no qual alegria e prazer deixem assuntos mais urgentes para um segundo plano.
Neste sentido, tememos que o cenário atual de mundo que se divide entre palanque eleitoral para políticos e copa do mundo, faça perpetuar ainda mais as desigualdades sociais que fazem do caboclo e da cabocla apenas uma figuração de um simbolismo que não possui nenhum significado e significante, relegando o 2 de julho, ao verso da história do povo baiano e da nação brasileira.
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