O Grupo propõe discutir obras que contribuam para a formação humana dos participantes; intervenção junto à categoria; proposições para a defesa de uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade. Construindo assim, uma intervenção qualificada na escola pública.

domingo, 15 de agosto de 2010

NOTA DE ESCLARECIMENTO



Por que a Assembleia dos Professores ainda não aconteceu?
Os últimos acontecimentos e informações que dizem respeito ao andamento da luta dos professores criaram a necessidade de o GEED (Grupo de Estudos Educação em Debate) vir a público posicionar-se frente a eles, no que diz respeito às mudanças parciais de Carga Horária e Referência e a nota da APLB/Sindicato em negativa à solicitação dos professores por uma assembleia.

Neste sentido, queremos esclarecer que estes elementos novos, preocupam e incomodam profundamente a nós do GEED, que temos por princípio o entendimento de que é a organização coletiva que fortalece e garante as conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras. O anúncio por parte do Executivo do reduzido número de mudanças de referências e enquadramentos ocorridos nesta última semana, na verdade, caracteriza um processo de tentativa de desarticulação política da categoria que vinha sendo avaliado e combatido pelo GEED e por muitos professores há algum tempo.

A garantia do nosso direito à progressão vertical e alteração de carga horária que, durante o período de greve foi apontado nas reuniões de negociação como demanda coletiva da categoria e sempre articulada à necessidade de revisão do Plano de Carreira, com o fim da greve e a lacuna de um espaço coletivo de discussão, agora é tratada como um processo de individualização da busca por estes direitos e secundarização da demanda do plano de carreira frente aos mesmos.

A percepção deste processo de desmobilização avaliado a partir de conversas e cobranças de nossos colegas com relação ao “mar de incertezas” que se criavam sobre este assunto, fizeram com que nós do GEED estudássemos minuciosamente uma possibilidade para garantir a efetivação desta demanda, rearticulando politicamente à categoria e reavivando a luta pelo Plano de Carreira. Para tanto, deliberamos em uma reunião ampliada do grupo, iniciar uma campanha para realização de uma assembleia a partir de ofícios que veiculamos para centenas de professores via e-mails, contando com o apoio de todos para a sua concretização.

Contudo, fomos surpreendidos duplamente ao recebermos como resposta ao nosso esforço de rearticulação da categoria uma nota feita pela APLB/Sindicato, esvaziando completamente a necessidade de uma assembleia e a notícia ainda mais surpreendente e incômoda de que, segundo a APLB, apenas quatro ofícios foram entregues requerendo assembleia. E o pior é que a não convocação de uma assembleia vem operando como uma forma perversa de desarticulação da luta dos professores, em nome de interesses particularistas e eleitoreiros desses senhores.

Diante destes acontecimentos, nós do GEED, mais uma vez sentamos para estudar e avaliar o atual momento da luta dos professores, buscando definir os caminhos possíveis a serem trilhados, e percebemos que, em primeiro lugar, devemos deixar de ignorar as manobras perversas que estão sendo usadas para nos enfraquecer. 

Precisamos nos perguntar: 

Por que enquadramentos e mudanças de referências não saíram todos de uma só vez? 

Por que o secretário de educação insiste em dizer que analisará caso a caso negociando e fazendo promessas diferentes a cada professor? 

Por que os benefícios estão sendo liberados a conta-gotas? E depois que terminarem enquadramentos e mudanças de referências, será a vez de negociar um por um aposentadorias e licenças? 

E enquanto isso, a quantas anda a negociação do Plano de Carreira? E a implementação do Piso Salarial? Onde está a transparência de todo o processo de negociação? 

Uma assembleia neste momento tão delicado em que as nossas conquistas estão sendo barganhadas, não seria importante?

Em coerência com seus princípios, o GEED continua julgando necessária a assembleia, entendendo que a estratégia de individualização visa a desmobilização e o retardamento de discussões fundamentais para a categoria como Plano de Carreira e implantação do Piso Salarial.

Quem resistiu ao desfile de medidas autoritárias deste governo durante a greve não pode agora acreditar que a nossa vitória sairá de um tranquilo acordo de cavalheiros, e que o papel da categoria é apenas o de apreciar o produto desta discussão amistosa. O conflito de interesses continua existindo, não nos enganemos. E como disse um vereador no momento da assinatura do acordo entre a categoria e o executivo que levou à suspensão do movimento de greve: “O que vai garantir que o que está no papel vire realidade, é a nossa capacidade de mobilização.” É por isso que devemos lutar, nesse momento, pelo direito de nos organizar e de enfrentar nossos problemas como categoria e não como indivíduos desamparados em busca de favores.

Continuamos firmes em nossos posicionamentos! Força na luta, que ela é pra vencer!


FEIRA DE SANTANA, 14 DE AGOSTO DE 2010.

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